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Boas práticas agrícolas para minimizar resíduos químicos em alimentos

As boas práticas agrícolas (BPA) representam um conjunto de diretrizes que visam promover a sustentabilidade e a eficiência na produção de alimentos. A pressão crescente por alimentos mais saudáveis e sustentáveis, especialmente aqueles consumidos in natura, tem impulsionado a indústria agrícola a reavaliar suas práticas. 

Este texto abordará a possibilidade de diminuir o uso de agrotóxicos na produção de alimentos, com foco especial em frutas, legumes e verduras (FLV), assegurando a integridade e a saúde do consumidor, desde as matérias-primas utilizadas na produção até o produto final para consumo humano. Ao se utilizar as BPA, automaticamente estamos em rota de transição para uma agricultura de qualidade em todo o Brasil.

No âmbito das boas práticas agrícolas, é essencial integrar elementos como a escolha criteriosa do local e o preparo adequado do solo, fundamentais para a promoção de práticas sustentáveis. Antes do plantio, a seleção cuidadosa do local, considerando fatores como clima e solo, torna-se crucial.

O preparo adequado do solo, por meio de estratégias como a rotação de culturas, reduzindo o acúmulo de patógenos e pragas específicas do solo, diminui a necessidade de pesticidas. Além da incorporação de matéria orgânica, estabelece um ambiente propício ao crescimento saudável das plantas, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos .

A escolha de cultivares resistentes representa um passo importante na redução do uso de agroquímicos. Optar por variedades adaptadas às condições locais e com resistência a pragas e doenças minimiza a necessidade de tratamentos futuros. O constante avanço na pesquisa para o desenvolvimento de cultivares mais resistentes é essencial nesse processo.

O monitoramento de pragas e doença é um importante aliado na diminuição de agroquímicos, sistemas como armadilhas de ferormônios e observação regular das plantas permitem identificar prontamente a presença de pragas ou doenças, podendo agir antecipadamente, implementando medidas específicas, como o uso de produtos biológico e evitando tratamentos químicos desnecessários. Isso não apenas preserva os inimigos naturais, como predadores e parasitoides. O monitoramento eficaz ajuda a evitar a resistência de pragas aos agrotóxicos, promovendo práticas agrícolas mais equilibradas e sustentáveis ao longo do tempo.

Nas etapas de colheita, pós-colheita e armazenamento de FLV é exigida uma abordagem integrada, monitoramento constante é essencial para identificar o momento ideal de colheita, priorizando a escolha criteriosa de alimentos maduros. A higienização adequada dos produtos é crucial para remover resíduos de solo, insetos e microorganismos indesejados. No armazenamento, o controle cuidadoso da temperatura e umidade é fundamental para prevenir o crescimento de fungos e bactérias, minimizando a dependência de fungicidas. Além disso, atenção especial ao manuseio é vital para evitar danos mecânicos, que poderiam facilitar a entrada de patógenos nessas fases.

Ao seguir boas práticas agrícolas, é possível produzir alimentos de qualidade, reduzindo significativamente a dependência de insumos químicos. A abordagem integrada, que considera fatores como monitoramento, escolha de cultivares, manejo do solo e controle biológico, não apenas beneficia o meio ambiente, mas também atende às demandas de consumidores preocupados com a saúde e a sustentabilidade.

Referencias 

FARIAS, Roseli de Mello et al. Produção convencional x integrada em pessegueiro cv. Marli na depressão central do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 25, p. 253-255, 2003.

FAYAD, Jamil Abdalla. Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH): O cultivo da cebola. Boletim didático, n. 146, p. 76-76, 2018.

EPAGRI. Olericultura: um bom negócio para agricultores que fazem conta. Caderno de Olericultura. Florianópolis, SC, 2014. 36 p. (Epagri. Boletim Didático, 106).