Confira nessa edição: qualidade dos FLVs em março, produtos com maiores índices de devolução, acontecimentos do clima no último mês, o que esperar do outono de 2024 e um pouquinho do evento INDEX PariPassu, ocorrido em abril.
Olá, seja bem-vindo à edição de abril de 2024 do ParInforme, o informativo oficial da PariPassu! Aqui você acompanhará os principais dados e acontecimentos que movimentaram o mercado de alimentos em março de 2024, ou seja, no mês passado!
Saiba que esse informativo é criado e publicado mensalmente para que você fique por dentro da qualidade das frutas, legumes e verduras (FLVs), os principais destaques do clima e como eles impactam nas produções agrícolas. Nós também lançamos, a cada 3 meses, o ParInforme Lado a Lado, uma edição mais extensa do nosso informativo, com textos e reflexões sobre o mercado de alimentos. A próxima edição Lado a Lado será lançada em junho, fique ligado!
Seja bem-vindo e boa leitura! 📰🍎
Confira neste ParInforme:
Qualidade em Março
Introdução
Para reunir os dados aqui apresentados sobre a qualidade dos FLVs em março de 2024, nós analisamos 39.567.640kg de produtos comercializados no mês. Deste total, 88,2% dos produtos foram recebidos pelos supermercados, 7,1% foram recebidos em restrição e 4,7% foram devolvidos, conforme as imagens abaixo:
Para acompanhar mais de perto a qualidade, você verá a seguir algumas informações sobre as movimentações do mercado em março, incluindo a comparativa de dados de alguns varejos! 📈🍉
Observação: Para manter a privacidade dos supermercados, os varejos apresentados aqui foram escolhidos de maneira aleatória e variada, de forma que um mesmo varejo não apareça mais de uma vez por edição. Ou seja, os varejos que são apresentados em um gráfico não são os mesmos que aparecerão no gráfico seguinte e assim por diante.
Evolução no Status de Qualidade
Sobre o acompanhamento dos recebimentos e devoluções dos produtos entregues aos varejos em março, podemos observar uma pequena variação em relação ao mês anterior (fevereiro). Nesse sentido, 88% dos produtos analisados foram recebidos na sua totalidade pelos varejos, apresentando 2 pontos percentuais a mais do que em fevereiro. Já o percentual de produtos recebidos em restrição caiu 1 ponto percentual, resultando em 7% agora em março. Da mesma forma, o percentual de produtos devolvidos também caiu 1 ponto percentual em relação à fevereiro, resultando em 5% em no último mês.
Confira as informações completas no gráfico abaixo:
Acompanhamento das Devoluções
Agora, olhando mais de perto os percentuais de devolução de alguns varejos, podemos ver que alguns supermercados tiveram uma variação significativa de fevereiro para março, enquanto outros permaneceram com percentuais semelhantes ao do mês anterior. Nesse sentido, podemos ver que 3 varejos tiveram uma queda no percentual de devolução (varejos 4, 5 e 6) enquanto os outros 3 tiveram um aumento neste mesmo percentual (varejos 1, 2 e 3).
Ainda, o varejo 4 foi o que apresentou a maior queda no percentual de devoluções, tratando-se de 6 pontos percentuais de um mês para o outro. Enquanto isso, os três varejos que apresentaram aumento na devolução de fevereiro para março, tiveram uma variação bem menos significativa, apresentando 1 ponto percentual a mais do que no mês anterior.
Confira no gráfico abaixo a comparação deste dado nos últimos seis meses:
Lista de produtos devolvidos
Já sobre os produtos analisados, podemos observar que o morango foi o FLV mais devolvido em março, apresentando o percentual de 18% de devolução, 10 pontos percentuais a mais do que em fevereiro. Outro produto que se destaca é a maçã, que apresentou um aumento de 7 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
Nesse sentido, 9 dos 15 produtos analisados apresentaram uma queda no índice de devolução em relação à fevereiro, enquanto que 4 produtos apresentaram um aumento neste percentual e 2 produto, a melancia e o melão, permaneceram iguais ao mês anterior.
Acompanhe os demais produtos no gráfico abaixo:
Outra informação que podemos ver no gráfico acima, é que, tanto a batata quanto a laranja apresentaram reduções muito significativas nos seus índices de devolução, sendo, respectivamente, de 11 e 10 pontos percentuais.
No caso da batata, apesar da redução significativa, o produto ainda permaneceu como o segundo mais devolvido em março, onde as principais causas de devolução são as mesmas do mês passado: podridão, seguido por defeitos leves e graves. Confira na imagem a seguir exemplos de esverdeamento, defeitos graves e podridão, respectivamente.
Vale lembrar que, segundo a Embrapa, o esverdeamento da batata pode acontecer tanto no campo quanto na pós-colheita, quando os produtos são armazenados sob luz natural ou artificial. Esse processo indica a formação de uma substância chamada solanina, composto amargo e tóxico para o ser humano, de forma que não se recomenda a ingestão de batatas esverdeadas.
Além da batata, a devolução do morango também se destacou, uma vez que ele foi o produto mais devolvido de março. Nesse caso, temos que considerar que o morango é uma fruta sensível, de forma que a manipulação e o armazenamento inadequado contribuem diretamente para sua rápida deterioração. Devido a sua alta concentração de água, os morangos são propensos à proliferação de bactérias e fungos. A sua camada externa é fina e porosa e acaba facilitando a troca gasosa, a perda de umidade e a entrada de microrganismos, o que os torna suscetíveis a danos que podem levar à podridão da polpa.
Para preservar a qualidade dos morangos, é crucial armazená-los em temperaturas entre 0 e 2ºC, o que desacelera o processo de maturação e reduz a atividade microbiana. No entanto, as temperaturas elevadas, como as registradas em março, podem resultar em um aumento significativo no número de devoluções devido à deterioração acelerada do produto durante o seu transporte e armazenamento. Confira a seguir alguns exemplos de defeitos encontrados.
Meteorologia
Clima em março
Alguns eventos climáticos extremos marcaram março, tais como acumulados de chuva que ultrapassaram a média histórica no Rio de Janeiro, Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Ainda segundo o INMET, o maior acumulado de chuva aconteceu no Centro-Norte do país, devido à combinação de altas temperaturas e umidade. Nesse sentido, o município de Tracuateua (PA) se destaca, pois registrou 150,4mm de chuva em apenas um dia, no dia 16 de março.
Nesse sentido, de acordo com o Boletim Agro Meteorológico do INMET, grande parte do território nacional registrou acumulados de chuva acima de 150mm, contribuindo para a manutenção da umidade do solo. As exceções são o interior da região Nordeste e sul das regiões Centro-Oeste e Sudeste, que tiveram volumes menores de chuva. Confira a seguir os dados de pluviosidade e temperatura do mês de março para cada região:
- Região Norte: As chuvas ultrapassaram os 200mm em grande parte da região, com destaque para o nordeste do Pará e Amapá, onde os volumes ultrapassaram 600mm no mês. Como consequência das chuvas, a umidade do solo permanece alta em quase toda região, com exceção no norte de Roraima, que, devido à falta de chuva dos últimos meses, permanece com a quantidade de água baixa no solo. As temperaturas máximas médias foram maiores que 32ºC em março, contudo, destaca-se aqui o estado de Roraima, que registrou altas temperaturas aliadas à falta de chuva, de forma que a temperatura média máxima registrada em Boa Vista (RR) foi de 39,5ºC. De forma geral, as temperaturas mínimas médias permaneceram acima de 24ºC, chegando a 20ºC em Mateiros (TO).
- Região Nordeste: Volumes de chuva superiores a 150mm foram observados no centro-norte do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Maranhão, sendo ainda que este último registrou chuvas superiores a 500mm. Nestas localidades, a quantidade de chuvas favoreceu a umidade do solo e o desenvolvimento das lavouras. Já na parte centro-sul da região, os volumes registrados não ultrapassaram os 100mm, de forma que algumas localidades ainda apresentam volumes baixos de água no solo, como é o caso da divisa entre os estados de Alagoas, Sergipe e nordeste da Bahia. Quanto à temperatura, a região registrou temperaturas médias máximas superiores a 35ºC, chegando a 37,5ºC em Pão de Açúcar (AL). A região também registrou temperaturas mínimas médias acima de 24ºC, mas o menor valor médio marcado foi em Piatã (BA), com 17,8ºC.
- Região Centro-Oeste: Os estados do Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e norte do Mato Grosso do Sul registraram os maiores volumes de chuva da região, de forma que a umidade do solo permaneceu alta e favoreceu o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra. Contudo, no centro-sul do Mato Grosso do Sul, os volumes de chuva foram menores e, consequentemente, a umidade do solo também está mais baixa. As máximas de temperatura registradas na região também foram altas, chegando a 36,4ºC em Jardins (MS) e 35,7ºC em Aquidauana (MS). Assim como o Norte e Nordeste, as temperaturas mínimas médias permaneceram acima de 24ºC, e a menor média registrada foi de 18,1ºC, em Paraíso de Goiás (GO).
- Região Sudeste: Grande parte da região registrou chuvas acima de 150mm, chegando ainda a 400mm em algumas localidades. Contudo, as áreas do norte de Minas Gerais e Espírito Santo centro-sul de São Paulo registraram volumes menores de chuvas. De forma geral, as condições permanecem favoráveis para o desenvolvimento dos cultivos de primeira e segunda safra em quase toda a região. No que se refere às temperaturas, as marcações mais altas foram registradas nas áreas noroeste e norte de Minas Gerais, chegando a 35ºC em Araçuaí (MG). As temperaturas mínimas médias da região permaneceram entre 20ºC e 25ºC, de forma que as menores médias registradas aconteceram em áreas de maiores altitudes da Serra da Mantiqueira, chegando a 14,6ºC em Campos do Jordão (SP).
- Região Sul: O oeste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e extremo sul do Paraná registraram volumes de chuva acima de 200mm, enquanto que as demais áreas registraram chuvas entre 50mm e 100mm. A quantidade de água no solo permaneceu alta em boa parte da região e as condições climáticas favoreceram o manejo e desenvolvimento das culturas, com exceção apenas do norte do Paraná, onde a umidade do solo ainda está baixa devido às poucas chuvas. As temperaturas médias mais altas da região foram registradas no estado do Paraná, chegando a 35,1ºC em Paranapoema (PR). Já as temperaturas mínimas médias foram inferiores a 20ºC na maior parte da região, contemplando do sul do Paraná até o Rio Grande do Sul. Ainda, os menores valores médios registrados foram marcados nas regiões serranas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, chegando até 12,3ºC e 14,1ºC em Bom Jardim da Serra (SC) e São José dos Ausentes (RS), respectivamente.
Confira na imagem a seguir a precipitação acumulado em território nacional em março de 2024:
Fonte: INMET
Lê-se na imagem: a imagem mostra a quantidade de chuva acumulada em cada área do Brasil no mês de março. Nesse sentido, quanto mais escuro o tom de azul, maior a quantidade de chuva acumulada e quanto mais claro o tom de verde, menor a quantidade de chuva acumulada ao longo do mês. Os tons de laranja se referem a quantidades de chuva inferiores ainda aos tons de verde.
Outono 2024: prognósticos climáticos e impactos nos cultivos para os meses de abril, maio e junho
Na edição especial de março, nós abordamos o assunto da Sazonalidade e como ela impacta tanto na qualidade dos produtos quanto no mercado de alimentos. Abordamos esse tópico porque no dia 20 de março, mais precisamente às 0h06, começou o outono aqui no hemisfério sul, e agora, já há alguns dias nessa estação, começamos a sentir os seus efeitos no clima. Vamos nos apoiar na Nota técnica conjunta do INMET com o INPE, que apresenta o Prognóstico climático de outono, para saber quais são as previsões climáticas para os meses de abril, maio e junho e como elas podem impactar nos cultivos.
- Região Norte: Ainda sob os impactos do El Niño, a região pode registrar chuvas abaixo da média histórica, contudo, em algumas áreas do norte de Roraima, noroeste e sudoeste do Amazonas e oeste do Acre, a previsão é de chuvas próximas ou acima da média. As temperaturas também deverão permanecer altas, podendo atingir 1ºC a 2ºC acima da média histórica.
- Região Nordeste: Deve registrar chuvas abaixo da média em todas as áreas, contudo, a região também está sujeita aos impactos do El Niño, que tende a favorecer a ocorrência de chuvas irregulares. Vale a atenção para a chance de ocorrerem chuvas intensas que podem ter impactos locais, principalmente na faixa leste.
Vale ressaltar que na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a previsão de chuvas abaixo da média tende a diminuir a quantidade de água disponível no solo, o que pode prejudicar o plantio e as fases iniciais dos cultivos de segunda safra, mas pode favorecer a colheita dos cultivos de primeira safra.
- Região Centro-Oeste: O Mato Grosso do Sul pode registrar chuvas ligeiramente acima da média, favorecendo o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra, enquanto que a maior parte da região deve registrar chuvas abaixo da média histórica, o que deve reduzir a quantidade de água disponível no solo. Também deve registrar temperaturas acima da média.
- Região Sudeste: Podem ocorrer chuvas próximas ou ligeiramente acima da média em áreas de São Paulo e sul de Minas Gerais, favorecendo o armazenamento de água no solo e o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra, enquanto que as demais regiões devem registrar chuvas próximas ou ligeiramente abaixo da média, diminuindo a quantidade de água disponível para os cultivos de segunda safra. As temperaturas tendem a permanecer acima da média.
- Região Sul: Há uma maior probabilidade de ocorrerem chuva acima da média no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o que pode manter o solo com quantidade satisfatória de água para os cultivos de segunda safra, mas pode prejudicar as operações de colheita da primeira safra. Também há uma tendência para que as temperaturas permaneçam acima da média, contudo, não se descarta a possibilidade de ocorrerem massas de ar frio, que irão diminuir as temperaturas, principalmente nas regiões de maior altitude.
Confira na imagem a seguir a precipitação total prevista para os meses do outono: abril, maio e junho.
Fonte: INMET
Lê-se na imagem: o mapa do Brasil apresentado mostra a quantidade de chuva total prevista para cada região nos meses de abril, maio e junho. Nesse sentido, quanto maio escuro o tom de verde, maior a quantidade de chuva total prevista e quanto mais escuro o tom de laranja, menor a quantidade de chuva prevista.
Confira na imagem a seguir a temperatura média prevista para os meses do outono: abril, maio e junho.
Fonte: INMET
Lê-se na imagem: o mapa do Brasil apresentado mostra a temperatura média prevista para cada região nos meses de abril, maio e junho. Neste sentido, quanto maio escuro o tom de laranja, maior a temperatura média prevista e quanto mais escuro o tom de verde, menor a temperatura média prevista.
Aconteceu em abril: INDEX PariPassu
No dia 10 de abril, em São Paulo, aconteceu a 5ª edição do INDEX PariPassu, um evento único que reuniu diversos profissionais da cadeia de alimentos para discutir a temática "Qual a agricultura que queremos para o nosso planeta? E como queremos ser recebidos pela sociedade?". O evento, que iniciou com uma palestra do Anderson Galvão, CEO da empresa Céleres, sobre a "Prospectiva do Ativo Agrícola Brasileiro", seguiu com conteúdos riquíssimos sobre Rastreabilidade, Segurança do Alimento, Qualidade e Auditoria e Certificação, os pilares do INDEX, apresentados pelo time de especialistas da PariPassu.
Em um espaço que proporcionou a troca de experiências dos participantes, bem como a discussão sobre os desafios e inovações no setor, o evento ainda homenageou convidados especiais e reconheceu empresas que se destacaram no INDEX em 2023, superando os desafios e escrevendo as suas próprias histórias de sucesso. Confira a seguir algumas imagens do evento:
A 5ª edição do INDEX ainda contou com a participação do Marcio Reiff, que ilustrou em tempo real as principais ideias abordadas no evento! Confira o resultado do trabalho realizado por ele!
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