ParInforme: Edição de Dezembro

Confira nessa edição os destaques do mercado de alimentos no mês de novembro: queda na aprovação dos produtos e pimentão como FLV mais devolvido! Veja também a retrospectiva da meteorologia em 2023 e o que esperar do clima no verão!

    Olá, seja bem-vindo à edição de Dezembro do ParInforme, o informativo oficial da PariPassu! Aqui você pode acompanhar os principais dados e indicadores do mercado de alimentos no último mês. Ou seja, as informações aqui apresentadas são referentes ao mês de novembro de 2023.

Confira neste ParInforme:

Qualidade em novembro

 

Introdução

  Para compor esse ParInforme, foram analisados 20.080.338kg de FLVs comercializados em novembro de 2023. Deste total, 86% dos produtos foram aprovados pelos supermercados, 9% foram recebidos em restrição e 5% foram devolvidos, conforme as imagens abaixo:

 

    Confira a seguir mais informações sobre as movimentações do mercado, com comparações de dados de alguns varejos! 🍉

Observação: Para manter a privacidade dos nossos parceiros, os varejos apresentados aqui foram escolhidos de maneira aleatória e variada, de forma que um mesmo varejo não apareça mais de uma vez por edição. Ou seja, os varejos que são apresentados em um gráfico não são os mesmos que aparecerão no gráfico seguinte e assim por diante.

 

Evolução no Status de Qualidade

    Apesar de novembro ter apresentado uma queda de um ponto percentual na aprovação dos FLVs pelos supermercados, registrando 86%, poucas mudanças aconteceram nos dados em relação ao mês de outubro, de forma que os índices de aprovação em restrição e rejeição também apresentaram alterações mínimas das casas decimais, e continuam representando, respectivamente 9% e 5% do total de alimentos avaliados.

Confira as informações completas no gráfico abaixo:

 

Acompanhamento das Devoluções

    Outro índice que permaneceu igual ao mês anterior, foi o de devolução de FLVs que, assim como em outubro, também variou entre 3% e 7% em novembro.

    O que sofreu alteração, nesse caso, foi o quanto cada varejo devolveu, já que apenas dois, dos seis varejos analisados, permaneceram com o mesmo índice do mês anterior. Enquanto isso, 3 varejos apresentaram um aumento no percentual de devolução e apenas um varejo apresentou uma queda neste mesmo índice. Confira no gráfico:

 

Ranking de devoluções

   Sobre as devoluções de FLVs do mês de novembro, o abacaxi, que liderou o ranking por dois meses consecutivos, apresentou uma queda significativa no índice de devolução e ficou em 6º lugar este mês. Já em primeiro lugar, ficou o pimentão, com 19% de devolução, apresentando um aumento significativo em relação ao mês anterior.

    Em segundo lugar ficou o tomate, com 18%, seguido do mamão e da batata, ambos com 17%.

    No gráfico a seguir você pode acompanhar a comparação das devoluções por produto nos meses de outubro e novembro, sendo a coluna verde representando o percentual de devolução de novembro e a coluna azul o percentual de devolução de outubro. É possível observar que, nove, dos quinze produtos avaliados, tiveram um aumento na devolução em relação ao mês anterior, enquanto que seis produtos tiveram uma queda. O abacaxi, abacate, laranja, repolho, maçã e melão são os itens que apresentaram essa diminuição, onde o repolho teve a diferença mais marcante, registrando 5 pontos percentuais a menos em relação ao mês de outubro. Acompanhe os demais produtos no gráfico abaixo:

 

Meteorologia

O que vimos no clima em 2023

    O ano de 2023 foi intenso no que se refere à meteorologia, marcado por eventos extremos que, para além da agricultura, afetaram a vida de milhares de brasileiros. Nesse sentido, é seguro dizer que, para além do Brasil, os efeitos do aquecimento global, em união com o El Niño, tem deixado a sua marca em diversos países e agravado as situações de conflito, violência, pobreza e fome

    Nesse sentido, de acordo com o relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2023 foi o ano mais quente dos últimos 174 anos, registrando 1,4ºC acima da média dos anos 1850/1900. Além disso, o aumento da temperatura dos oceanos está intensificando a elevação do nível do mar, afetando diretamente as zonas costeiras. As mudanças climáticas também resultaram em situações catastróficas em outros países, causando incêndios no Havaí, Canada e Europa, bem como o Ciclone Daniel, que atingiu violentamente a Líbia, causando a morte de milhares de pessoas e, em menor intensidade, a Grécia, Bulgária e Turquia.

    No Brasil, a Organização Meteorológica Mundial registrou sete eventos climáticos extremos, considerando apenas a ocorrência de ciclones extratropicais, ondas de calor, ondas de frio e temporais. Esses dados, somados às secas, incêndios e enchentes, desenham um panorama preocupante do ano de 2023 brasileiro.

    Nesse sentido, dados da Confederação Nacional dos Municípios mostram que 5,8 milhões de brasileiros foram afetados pelas chuvas e secas nesse ano e 139 pessoas morreram (dados ainda em atualização pela Defesa Civil). Já no âmbito econômico, estima-se que esses eventos tenham acarretado em um prejuízo de R$50,5 bilhões à economia nacional, onde o setor mais afetado foi a agricultura, que teve o prejuízo de R$ 3 bilhões de reais. Os outros setores mais afetados foram as obras públicas, comércios locais, indústria e pecuária. Em 2023 ainda foram criados 3.340 decretos de anormalidade no Brasil, incluindo decretos de calamidade pública e situação de emergência.

    Para relembrar os principais acontecimentos do ano, confira alguns dos destaques meteorológicos que aconteceram:

  • Secas: Atingiram o Norte e Nordeste, causando a diminuição de água nos reservatórios, rios e da umidade do solo. Culminou no recuo além do esperado da margem do rio Amazonas, impactando negativamente na navegação, captação de água, geração de energia e, principalmente, na irrigação de diversas culturas, causando perdas parciais ou totais das colheitas.
  • Chuvas e ciclones: Atingiram o Sul, causando enchentes, alagamentos e inundações, deixando milhares de pessoas desabrigadas e diversos mortos (números ainda em atualização). Culminou na saturação do solo e consequente perda de diversas culturas. Apenas em novembro, Porto Alegre (RS)  registrou 325,1mm de chuva, que corresponde a mais que três vezes a normal meteorológica do mês (média de chuva que o mês apresenta todos os anos - 105,5mm).

    Confira na imagem a seguir a anomalia de precipitação no trimestre de setembro, outubro e novembro.

Fonte: INMET

 

Lê-se na imagem: anomalia de precipitação se refere à quantidade de chuva que foi acima da média máxima ou abaixo da média mínima dos últimos anos. No caso da imagem, quanto mais escuro o tom de azul, maior a quantidade de chuva acima da média máxima e quanto mais escuro for o tom de laranja, menor a quantidade de chuvas na região.


  • Ondas de calor: De janeiro a novembro, o Brasil vivenciou oito ondas de calor, que causaram aumento de temperatura e sensação térmica. As ondas de calor aconteceram nos meses de janeiro, março, agosto, setembro, outubro e novembro e resultaram em sensações térmicas acima de 50ºC, além de agravar a ocorrência de incêndios. Vale lembrar que as altas temperaturas criam um ambiente propício para a proliferação de patógenos, o que pode aumentar a presença de doenças e diminuir a qualidade de algumas culturas.
    Veja na imagem o mapa da oitava onde de calor, que ocorreu entre os dias 08 a 14 de novembro.

Fonte: INMET

 

  • Incêndios: Segundo o INPE, o Brasil teve 180.506 focos de incêndio em 2023, onde o Pará é o estado com mais ocorrências, apresentando 39.700 focos. A Amazônia é o bioma líder em incêndios, com 52,5% do total de ocorrências no país, situação que agrava e é agravada ainda mais pela seca da região Norte. Já o Cerrado é o segundo bioma mais afetado, sediando 27,1% das ocorrências. Vale ressaltar que, em ambos os casos, uma das maiores causas de incêndios são a utilização ilegal de fogo para renovação de pasto, limpar terrenos e desmatar ilegalmente a floresta.
    Veja no gráfico a seguir a relação de todos os focos de incêndio mapeados desde janeiro de 2023 até 07/12, organizados por estado.

Fonte: INPE

 

   O mesmo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) também indica que, em 2023, a emissão de gases do efeito estufa (dióxido de carbono, óxido nitroso e clorofluorcarbonetos) continuou aumentado, contrariando a necessidade de uma utilização sustentável dos recursos, para alcançar uma vida em equilíbrio com o meio ambiente. O desafio é de todos e cada individuo pode contribuir de forma consciente para o melhor resultado.

 

O que esperar do verão 23/24

 

    Dia 22 de dezembro de 2023 teremos o início do verão 2023/2024, estação que já começa quente e carrega algumas preocupações, pois acontecerá ainda sob as influências do El Niño, que segue ativo até, pelo menos, abril de 2024.

    Caracteristicamente quente e sob influência do fenômeno, o verão será marcado por temperaturas acima da média na maior parte do país e estima-se que estará entre os três verões mais quentes da história. Nesse sentido, as temperaturas altas serão mais marcantes no interior da região Nordeste, divisa do Amazonas e Pará e em áreas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

    De acordo como o INMET, esse verão será marcado por chuvas acima da média nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Em compensação, outras regiões podem apresentar chuva abaixo da média, tais como os estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro, bem como a faixa que vai do Amazonas até o Maranhão e o centro-leste da região Nordeste.

    Nesse contexto, surge a preocupação com a ocorrência de secas severas em 2024, agravando a situação socioeconômica da população afetada e aumentando a probabilidade e intensidade de incêndios florestais. Vale ressaltar que a ocorrência desses incêndios, assim como de ciclones e eventos climáticos extremos, é uma característica do próprio El Niño e, assim como o fenômeno, as altas temperaturas e secas devem acontecer até abril.

    Confira nos mapas abaixo a média de temperatura e precipitação prevista para os meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

Lê-se na imagem esquerda: mapa de temperatura média prevista para os meses do verão (dezembro, janeiro e fevereiro), considerando que quanto mais escuro for o tom de laranja, mais alta será a temperatura média e quanto mais escuro for o tom de verde, menor será a temperatura média prevista. 

 

Lê-se na imagem da direita: mapa de precipitação média prevista para os meses do verão (dezembro, janeiro e fevereiro), considerando que quanto mais escuro for o tom de verde, maior será a quantidade de chuva prevista e quanto mais escuro for o tom de laranja, menor será a quantidade de chuva prevista.

 

    Vale ressaltar que as altas temperaturas são propícias para a propagação de doenças nas colheitas, principalmente quando associadas à alta umidade. Isso, juntamente com a ocorrência de secas e pouca água disponível, chama a atenção para a qualidade dos FLVs da estação, que pode ser afetada por esses fatores.



 


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