ParInforme: Edição de Fevereiro 2024

Confira nessa edição: qualidade dos FLVs em janeiro, aprovação e devolução dos produtos, destaques do clima, previsões meteorológicas para fevereiro, efeitos do El Niño nos próximos meses e importância da eficiência nas operações.

    Olá, seja bem-vindo à edição de fevereiro de 2024 do ParInforme, o informativo oficial da PariPassu! Aqui você acompanhará os principais dados e acontecimentos que movimentaram o mercado de alimentos em janeiro de 2024, ou seja, no mês passado!

    Saiba que esse informativo é criado e publicado mensalmente para que você fique por dentro da qualidade das frutas, legumes e verduras (FLVs), os principais destaques do clima e como eles impactam nas produções agrícolas.

   

Seja bem-vindo e boa leitura! 📰🍎

Confira neste ParInforme:

 

Qualidade em Janeiro

 

Introdução

Para saber como estava a qualidade dos FLVs em janeiro de 2024, nós analisamos 26.328.147kg de produtos comercializados no mês. Deste total, 87,4% dos produtos foram recebidos pelos supermercados, 8% foram recebidos em restrição e 4,6% foram devolvidos, conforme as imagens abaixo:

 

    Para acompanhar mais de perto a qualidade, você verá a seguir algumas  informações sobre as movimentações do mercado em janeiro, incluindo a comparativa de dados de alguns varejos! 📈🍉

Observação: Para manter a privacidade dos nossos parceiros, os varejos apresentados aqui foram escolhidos de maneira aleatória e variada, de forma que um mesmo varejo não apareça mais de uma vez por edição. Ou seja, os varejos que são apresentados em um gráfico não são os mesmos que aparecerão no gráfico seguinte e assim por diante.

 

Evolução no Status de Qualidade

    No que se refere ao acompanhamento dos recebimentos e devoluções dos produtos recebidos pelos varejos em janeiro de 2024, observamos uma pequena mudança em relação ao mês anterior (dezembro de 2023). Nesse sentido, 87% dos produtos entregues aos supermercados pesquisados foram recebidos na totalidade, apresentando 1 ponto percentual a mais do que em dezembro. Já o percentual de produtos recebidos em restrição caiu também 1 ponto percentual, resultando em 8% agora em janeiro. Referente aos produtos que foram devolvidos, o % permaneceu o mesmo, mantendo-se em 5%

Confira as informações completas no gráfico abaixo:

 

 

Acompanhamento das Devoluções

    Quando olhamos mais de perto os percentuais de devolução de alguns varejos, podemos ver que alguns supermercados tiveram uma variação significativa de dezembro para janeiro, enquanto outros permaneceram com percentuais semelhantes ao do mês anterior. Nesse sentido, podemos ver que 3 varejos tiveram uma queda no percentual de devolução (varejos 1, 2 e 5) enquanto os outros 3 tiveram um aumento neste mesmo percentual (varejos 3, 4 e 6).

    Ainda, o varejo 2 foi o que apresentou a maior diminuição no percentual de diminuições, tratando-se de 3 pontos percentuais, enquanto o varejo 6 apresentou o maior aumento de devoluções em relação ao mês anterior, também sendo este de 3 pontos percentuais.

 Confira no gráfico abaixo a comparação deste dado nos últimos seis meses:

 

Lista de produtos devolvidos

    Quando voltamos o nosso olhar para os produtos, observamos que o pimentão foi o FLV mais devolvido em janeiro, apresentando o percentual de 29% de devolução, 7 pontos percentuais a mais do que em dezembro de 2023.

    Outros dois produtos que se destacam são o morango e o chuchu, ambos com 28% de devolução em janeiro, apresentando um aumento de 7 e 8 pontos percentuais, respectivamente, em relação ao mês anterior.

    Nesse sentido, 9 dos 18 produtos pesquisados apresentaram um aumento no índice de devolução em relação à dezembro, enquanto que 8 produtos apresentaram uma diminuição neste percentual e 1 produto, a cebola, permaneceu igual ao mês anterior. Ainda podemos observar que a diminuição mais significativa de devolução foi a do abacaxi, que apresentou 17% em dezembro e 10% em janeiro, significando uma queda de 10 pontos percentuais.

 Acompanhe os demais produtos no gráfico abaixo:

 

    Tendo em vista esses dados, vale a pena olhar mais de perto para a situação do pimentão, considerando o seu aumento significativo de devoluções. Nesse sentido, podemos observar que um dos problemas mais associados às ocorrências de devolução desse produto foi a podridão. Outro motivo que ocasionou devoluções durante as inspeções no mês de janeiro foi a coloração inadequada, onde os produtos não atingiram o padrão esperado para a comercialização. Além disso, muitos itens enviados para o varejo apresentam formas irregulares. Embora a deformação não afete diretamente a qualidade do consumo, é considerada um defeito, pois compromete a atratividade do produto aos olhos do consumidor. Confira exemplos desses defeitos nas imagens a seguir:

Cópia de 24 de janeiro é o Dia Internacional da Educação

Cópia de 24 de janeiro é o Dia Internacional da Educação (1)

 

    Sobre os defeitos encontrados, vale considerar que, com o aumento das temperaturas no verão, ocorre um crescimento significativo no número de pragas que afetam as produções agrícolas. Esses patógenos causam danos consideráveis, resultando na podridão e deterioração dos produtos. E , além da influência direta das altas temperaturas no surgimento dessas pragas, os fatores climáticos ainda desempenham um papel crucial na preservação da qualidade do produto  após a colheita, já que as altas temperaturas causam a evaporação da água, ou seja, a perda de umidade. Dessa forma, sem a manutenção correta da temperatura, o produto perde o seu frescor e a qualidade na sua aparência. Além da perda de umidade, as altas temperaturas do verão auxiliaram no desenvolvimento microbiológico, ou seja, forneceram um ambiente ideal para o desenvolvimento dos microrganismos que vão gerar a deterioração dos produtos. Por isso, para manter a qualidade do produto após a colheita, é necessário realizar a manutenção do acondicionamento e da temperatura ideal para cada fruta, legume e verdura.

 

Meteorologia

Chuvas em Janeiro

    O mês de janeiro apresentou chuvas acima de 150mm na maior parte do Brasil, o que contribuiu para manter a umidade no solo nas regiões Sul, Sudeste e no MATOPIBA (região que engloba áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

    Assim, de acordo com os dados do Boletim Agrocimatológico do INMET, a região Norte contou com volumes de chuva acima de 150mm, destacando o município de Boca do Acre (AM), que registrou 536mm no mês. As exceções da região foram os estados do Pará e Roraima, que registraram menos chuvas no mês. No Pará, os volumes ficaram acima de 100mm, o que foi suficiente para aumentar a quantidade de água no solo em comparação com dezembro, porém, em Roraima, as chuvas não foram suficientes para aumentar a umidade do solo, que continua baixa.

   Algumas áreas da região Nordeste também registraram volumes de chuva significativos, ultrapassando os 250mm em áreas da Bahia, Maranhão e Piauí, o que contribuiu para o aumento da umidade do solo e desenvolvimento das lavouras de primeira safra. Contudo, as demais áreas da região tiveram volumes de chuva inferiores a 100mm, de forma que o solo continua com a umidade baixa

     Já a região Centro-Oeste brasileira, por sua vez, apresentou chuvas regulares, de forma que a umidade do solo permaneceu elevada, favorecendo o desenvolvimento dos cultivos de primeira e segunda safra. Nesse sentido, as áreas centro-norte do Mato Grosso, Distrito Federal e norte do Goiás registraram volumes de chuva superiores a 250mm. Vale ressaltar ainda que alguns municípios do Mato Grosso tiveram volumes superiores a 400mm, chegando até 532,6mm no município de Sorriso (MT).

    A região Sudeste também registrou volumes de chuva significativos, ultrapassando os 200mm em quase todas as áreas, com exceção do centro-oeste de São Paulo, onde os valores foram inferiores. Algumas áreas do leste de São Paulo e Rio de Janeiro ainda registraram valores superiores a 400mm, chegando até a 626,6mm no município de Bertioga (SP). As chuvas registradas aumentaram a quantidade de água no solo, principalmente nas áreas do norte de Minas Gerais e Espírito Santo, que estavam com déficit hídrico nos últimos meses, fator que também favoreceu os cultivos de primeira safra na região.

    No Sul do Brasil, por sua vez, algumas áreas do norte do Paraná e centro-sul do Rio Grande do Sul registraram volumes de chuva inferiores a 150mm, enquanto as outras áreas da região apresentaram maiores volumes de chuva. Nesse sentido, a faixa leste dos estados registrou volumes acima de 250mm, chegando até a 769mm em Itapoá (SC). Os volumes de chuva mantiveram a umidade do solo elevada em grande parte da região, também propiciando condições favoráveis para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

    Confira o mapa de precipitação acumulada em janeiro de 2024:

Fonte: INMET.

 

Lê-se na imagem: o mapa apresentado mostra a quantidade de chuva acumulada em cada região, no período de janeiro de 2024. Quanto mais escuro o tom de azul, maior é o volume de chuva acumulado. Já os volumes mais baixos de chuva acumulada são representados pelas cores verde (volume intermediário de precipitação) e laranja (volume baixo de precipitação).

 

O que esperar de fevereiro

    Segundo o Boletim Agroclimatológico do INMET, fevereiro seguirá sob efeito do El Niño, que poderá ser sentido em algumas ocorrências de anomalias climáticas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Confira a seguir o prognóstico para cada região do Brasil:

  • Sul: deverá ter chuvas acima da média nos três estados, bem como temperaturas também acima da média histórica em quase toda a região, com exceção do leste de Santa Catarina e centro-sul do Rio Grande do Sul, que poderão registrar temperaturas mais amenas.

  • Sudeste: também deverá registrar chuvas acima da média, com exceção do Rio de Janeiro, Espírito Santo e norte de Minas Gerais, onde as chuvas deverão permanecer na média ou abaixo dela. Quanto às temperaturas, estas deverão permanecer acima da média histórica em toda a região.

  • Centro-Oeste: O estado do Mato Grosso do Sul deverá ter chuvas próxima a média ou ligeiramente acima, enquanto os estados do Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal poderão registrar chuvas abaixo da média histórica. Assim como as demais regiões, o Centro-Oeste também irá registrar temperaturas acima da média, contudo, a ocorrência de corredores de umidade podem causar alguns períodos de chuva que amenizarão as altas temperaturas.

  • Nordeste: deverá registrar chuvas abaixo da média em toda a região, com destaque para Pernambuco, Alagoas, Sergipe, norte da Bahia, sul do Maranhão e Piauí. As temperaturas deverão permanecer acima da média histórica em todas as áreas, principalmente no interior da região.

  • Norte: deverá registrar chuvas abaixo da média em grande parte da região, com exceção de Roraima, Acre e sudoeste do Amazonas, que poderão ter chuvas acima da média. As temperaturas deverão permanecer acima da média em toda a região, com possibilidade de ocorrer períodos de calor excessivo.

 

El Niño, secas e cheias

    O INMET, em parceria com o INPE, lançou agora em janeiro o 5º Boletim Mensal de acompanhamento do El Niño (Painel El Niño), com informações relevantes sobre o fenômeno, seus impactos nos últimos meses e prognóstico para os próximos. De acordo com o boletim, o El Niño, que está classificado atualmente como forte, apresenta 98% de chance de continuar atuando até abril, perdendo força a partir de então, de forma a oscilar entre as categorias moderado e fraco depois disso. Ainda estima-se que as temperaturas do mar (característica do El Niño) irão retornar à normalidade no outono de 2024 e há a possibilidade da formação do fenômeno La Niña no segundo semestre do ano.

    Nos últimos meses, diversos estados brasileiros sentiram a influência do fenômeno através da ocorrência de anomalias climáticas, principalmente com chuvas abaixo ou acima da média histórica, bem como temperaturas altas e ondas de calor. Dentre as influências observadas, a ocorrência de secas e cheias se destacou nos últimos meses, devido ao grande impacto social e econômico decorrente. Neste sentido, ainda segundo o Boletim, a região Sul, que sofreu com os impactos das cheias, apresentou uma redução dos níveis d'água em janeiro e a consequente diminuição de alertas de inundação em comparação ao mês anterior. Vale ressaltar que alguns pontos seguem em alerta e observação, requerendo atenção nesse sentido. Já a região Norte, que registou secas em 2023, apresentou um aumento gradual dos dos níveis de água em quase toda a Bacia Amazônica, considerando até alguns pontos de atenção e alerta no estado do Acre, devido às chuvas concentradas que ocorreram esse mês. A Bacia do Rio Branco, contudo, ainda apresenta alguns pontos de estiagem, mas os próximos meses intensificarão o período chuvoso na região. Nas demais regiões do país, a vazão de água passou de estiagem para normal na maioria das bacias hidrográficas, com alguns pontos de atenção e alerta na região Sudeste.

 

Eficiência nas operações para garantir o alimento do campo à mesa

    Seguimos ainda com uma dificuldade acentuada na predição para produção de frutas, legumes e verduras, tanto do tradicional como do orgânico. A inconstância climática associada à pressão econômica tem empurrado os produtores e distribuidores a repensarem sua atividade, impactando na redução da operação ou parada total. Em 2023 tivemos, historicamente, o maior número de empresa encerrando atividades de produção de comercialização. Com isto, reduz-se as áreas de plantios e por consequência oferta. O preço sobe e o consumo cai.

   Quando analisamos séries históricas de demanda e oferta, estes eventos são cíclicos. A diferença agora é a redução do intervalo do evento, dificultando a recuperação financeira dos agentes da cadeia de abastecimento.

    Estamos no momento preciso para utilizar todas as tecnologias disponíveis para melhorar nossos processos e aumentar a eficiência. Mais do que em qualquer momento, todo centavo conta.

    E podemos também nos inspirar em conceitos da indústria não alimentar, como a automobilística, que preza pela aproximação e desenvolvimento de soluções e predições conjuntas com seus fornecedores

Portanto, para minimizar os impactos da incerteza:

  • Identifique os produtos de maior relevância no negócio;
  • Identifique também os parceiros de negócio mais relevantes;
  • Organize agendas de alinhamento sobre o planejamento do ano, ou seja, qual a expectativa de volume (intervalo), preço e qualidade;
  • Indique objetivos compartilhados para um resultado "palatável" entre as partes;

    Não é hora de esticar a corda, cada um puxando para um lado, e sim, aproximar e combinar o lado que é necessário fazer força. Não é utopia. É sobrevivência compartilhada. 

 


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Obrigada por nos acompanhar até aqui! Nos vemos no próximo mês! 🖐️💙🍎