ParInforme: Edição de Novembro

Confira os destaques do mercado de alimentos do mês de outubro! Abacaxi e repolho liderando o ranking de devolução, chuvas no Sul e secas no Norte e Nordeste, previsão sobre o El Niño, seus impactos na qualidade dos FLVs e COP28!

    Olá, seja bem-vindo à edição de Novembro do ParInforme, o informativo oficial da PariPassu! Aqui você pode acompanhar os principais dados e indicadores do mercado de alimentos no último mês. Ou seja, as informações aqui apresentadas são referentes ao mês de outubro de 2023.

Confira neste ParInforme:

Introdução

  Para compor esse ParInforme, foram analisados 20.080.346kg de FLVs comercializados em outubro de 2023. Deste total, 86,5% dos produtos foram aprovados pelos supermercados, 8,7% foram recebidos em restrição e 4,8% foram devolvidos, conforme as imagens abaixo:

 

 

    Confira a seguir mais informações sobre as movimentações do mercado, com comparações de dados de alguns varejos! 🍉

Observação: Para manter a privacidade dos nossos parceiros, os varejos apresentados aqui foram escolhidos de maneira aleatória e variada, de forma que um mesmo varejo não apareça mais de uma vez por edição. Ou seja, os varejos que são apresentados em um gráfico não são os mesmos que aparecerão no gráfico seguinte e assim por diante.

 

Evolução no Status de Qualidade

    Outubro trouxe poucas alterações no que se refere ao percentual de aprovação dos produtos FLVs pelos supermercados, de forma que o índice permaneceu em 87%, igual ao do mês de setembro.

    A aprovação dos produtos em restrição também seguiu os passos do mês anterior e manteve-se em 9%. Por sua vez, o índice de devolução de produtos teve apenas mudanças decimais, fechando em 5% .

Confira as informações completas no gráfico abaixo:

                                                                 

 

Acompanhamento das Devoluções

    Sobre os índices de devolução dos nossos varejos parceiros, podemos ver que o percentual de devolução de FLVs variou entre 3% e 7% neste mês. Nós ainda podemos que os varejos apresentaram alterações bem variadas de setembro para outubro, de forma que 3 dos 6 varejos pesquisados apresentaram um aumento no índice de devoluções, 1 apresentou uma queda e 2 permaneceram iguais. Confira no gráfico:

 

Ranking de devoluções

   Sobre as devoluções de FLVs referente ao mês de outubro, o abacaxi segue liderando o ranking de produto mais devolvido, com 16%, apesar de uma queda significativa no percentual de devolução, quando comparado ao mês anterior, 25%. Observa-se também que o repolho, neste mês, aparece dividindo a liderança do ranking com o abacaxi, com 16% de devolução e um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao mês de setembro.

    No gráfico a seguir você pode acompanhar a comparação das devoluções por produto nos meses de setembro e outubro, sendo a coluna verde representando o percentual de devolução de outubro e a coluna azul o percentual de devolução de setembro. Nesse sentido, é possível observar que, sete, dos onze produtos avaliados, apresentaram uma queda na devolução em relação ao mês anterior, enquanto que apenas quatro produtos tiveram um aumento nesse quesito. O repolho, o morango, o tomate e a batata são os itens que apresentaram aumento, variando de 1% e 2% em relação ao mês de setembro. Acompanhe os demais produtos no gráfico abaixo:

 

Meteorologia em destaque

 

Destaques meteorológicos de outubro

    Assim como os últimos meses, outubro também foi marcado pela ocorrência de eventos extremos na meteorologia, ainda refletindo as ações do El Niño somado aos sintomas das mudanças climáticas. De acordo com o INMET, as chuvas intensas persistiram na região Sul e Sudeste, ultrapassando a média histórica e causando alagamentos, deslizamentos e impacto negativos nos cultivos. Apenas na região Sul, os volumes de chuva ultrapassaram os 500mm, o que manteve a quantidade de água no solo alta. No Sudeste e Centro-Oeste, por sua vez, os volumes de chuva não foram tão intensos, mas mesmo assim ultrapassaram os 120mm.

    Em compensação, a região Nordeste e parte da região Norte apresentou pouca ou nenhuma chuva no período desse mês, agravando a situação da seca na região Amazônica e reduzindo a quantidade de água armazenada no solo. Os maiores volumes de chuva se concentraram no oeste da região Amazônica, onde os municípios do Amazonas, Rondônia e Acre tiveram mais de 150mm registrados, conseguindo manter a umidade do solo preservada. Ainda segundo o INMET, as demais áreas registraram menos de 120mm e na região noroeste do Pará e Amapá, os volumes não chegaram a 40mm no mês, bem como grande parte da região Nordeste do Brasil. Confira no mapa a precipitação acumulada no mês de outubro:

Fonte: INMET

 

    Além dos volumes de chuvas extremos ocorridos no mês, outubro também foi marcado por ondas de calor e ocorrências de calor extremo. Segundo o INMET, Isso se deu através de duas ondas de calor principais. A primeira onda atingiu especialmente a região Norte e Nordeste, enquanto que a segunda atingiu principalmente a região Centro-Oeste, de forma mais intensa nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A segunda onda, que aconteceu entre os dias 20 e 23 de outubro, registrou situação de calor extremo, marcando até 6ºC acima da média respectiva. Nesse sentido, as temperaturas máximas ultrapassaram a marca de 40ºC e chegou a 43,2ºC em Cuiabá (PR) e 42,6ºC em Unaí (MG). Veja a seguir as anomalias de temperatura máximas registradas no dia 22 de outubro.

 

Fonte: INMET

 

* Lê-se na imagem: o mapa do Brasil, indicando por cores o número de graus marcados acima da média, no dia 22 de outubro. Quanto mais escuro o tom, maior a anomalia de temperatura registrada, de forma que a cor laranja escuro indica o registro de 6ºC acima da média.

 

Chuvas no Sul e Secas no Norte e Nordeste

    Como mencionamos antes, as anomalias climáticas continuaram sendo uma realidade em outubro, criando um panorama preocupante no que se refere à chuva no Brasil. Nesse sentido, o maior volume de chuva aconteceu no Rio Grande do Sul, onde algumas cidades registraram em apenas 19 dias, o equivalente a três vezes a média de chuva para o mês inteiro. A cidade de Palmeira das Missões (RS), por exemplo, registou o volume de 132,4mm de chuvas apenas no dia 07 de outubro, sendo que a sua média para o mês inteiro é de 157,6mm. Outras cidades também registraram um volume significativo de chuva, sendo algumas delas: Santo Augusto (RS), Frederico Westphalen (RS), São Joaquim (SC), Urussanga (SC), Laranjeiras do Sul (PR) e Dois Vizinhos (PR). 

    Por outro lado, o Norte e Nordeste brasileiros vem registrando déficits de chuva e secas no mesmo período. Quase todo o estado do Amazonas registrou chuvas abaixo da média histórica, sendo ainda que os municípios de Lábrea e Itacoatiara, por exemplo, tiveram desvios negativos de -139,7mm e 112,3mm de chuva, respectivamente. Outra região fortemente afetada foi Tucuruí, no estado do Pará, que não registrou chuvas no mês, segundo o INMET.

    Os impactos dessa situação são inúmeros, incluindo desde a redução no volume de rios e lagos até o favorecimento da ocorrência de queimadas. A margem do rio Solimões, por exemplo, recuou mais de 12m e estima-se que vai continuar baixando por mais um mês, de acordo com o G1. Esse recuo dos rios acaba por isolar as comunidades ribeirinhas e dificultar o transporte de alimentos, o que resulta no aumento dos preços. Além disso, ainda de acordo com o G1, a busca por água para irrigar os cultivos está comprometida, de forma que várias plantações estão sendo prejudicadas pela seca,  caso do milho e da banana, por exemplo. 

 

El Niño e o que esperar dos próximos meses

    Como estamos acompanhando nos últimos meses, o El Niño continua em ação e os seus efeitos estão sendo sentidos de forma intensa esse ano, uma vez que estão sendo potencializados pela mudança climática. Nesse sentido, o Oceano Atlântico Tropical Norte está apresentando águas mais quentes que o normal, ultrapassando os valores da média histórica e intensificando ainda mais o fenômeno El Niño e, principalmente, os seus impactos no clima da América do Sul.

      Segundo o INMET, essa soma de fatores está criando o ambiente ideal para que o El Niño se estenda até o outono de 2024, em intensidade moderada ou forte, onde o auge de intensidade do fenômeno será próximo a dezembro de 2023. Ainda espera-se que as águas do Atlântico Tropical Norte continuem mais quentes que o normal, agravando o quadro.

   Devido à essas condições, existe uma alta probabilidade de ocorrência de extremos de precipitação nos próximos meses no Brasil, de forma que a região Sul continuará sofrendo com excesso de chuvas, enquanto o Norte e Nordeste seguirão com déficit acentuado e secas generalizadas

  Nesse sentido, os dois efeitos combinados também resultam em uma movimentação atmosférica desfavorável para a ocorrência de chuvas na Amazônia, agravando o quadro de seca já existente, em especial, o sudoeste da região. Também se destacam a alta probabilidade de queimadas e incêndios florestais, principalmente em áreas de florestas degradadas. Para o final de 2023 e início de 2024, espera-se que se estabeleçam condições de seca em diferentes graus, devido à tendência de chuva abaixo da média nesse período. Outras áreas da região Norte e Nordeste do país, também seguirão com déficits de chuva e secas.

    Espera-se que o armazenamento de água no solo volte a se recuperar na região Norte a partir de janeiro de 2024, com o retorno gradual das chuvas nesse período. O mesmo também se aplica às áreas do oeste da Bahia, sul do Piauí e Maranhão, mas as demais áreas do Nordeste continuarão em déficit hídrico, devido às altas temperaturas da estação.

    Já no Sul, a grande quantidade de chuvas prevista traz a preocupação com o excesso de umidade e a severidade das doenças em plantas, exigindo um maior cuidado e atenção com as culturas, bem como com a colheita das culturas de inverno.

    Por último, ainda segundo o INMET, espera-se que as temperaturas permaneçam acima da média em grande parte do país, podendo inclusive ultrapassar médias históricas em localidades do Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo. 

 

Qual a previsão para novembro?

    Em seguimento às previsões que mencionamos, confira nas imagens abaixo a o que esperar da precipitação prevista e a temperatura média prevista para o mês de novembro.

Fonte: INMET

* Lê-se na imagem: quanto mais escura a cor laranja, menor será o índice de precipitação. Quanto mais escuro o tom de verde, maior será a precipitação.

 

Fonte: INMET

* Lê-se na imagem: quanto mais escuro o tom de laranja, maior é a temperatura média prevista. Quanto mais escuro o tom de verde, menor será a temperatura média prevista.

 

Visão do campo, meteorologia e qualidade dos FLVs

    Todos os eventos climáticos extremos que estamos mencionando causam impactos diretos na produção de FLVs. Para ilustrar melhor essa situação, trouxemos relatos importantes dos parceiros PariPassu.

    Confira nesse vídeo do Eloilton Ramos, da Hortifuturo, um relato de como o El Niño está impactando o cultivo de folhosas.

 

    Confira o relato do Thiago Ezio Moreira, da MNS, falando sobre a situação atual do Norte brasileiro. Morando em Manaus, ele explica um pouco mais sobre a falta de chuvas e o impacto nas produções agrícolas da região.

    Além das questões mencionadas, também é válido lembrar que o aumento da temperatura, maior incidência de luz solar e redução das chuvas, são fatores que, quando somados, contribuem para a maior incidência da maioria das pragas. Isso levanta um alerta sobre o início próximo do verão, junto com as previsões apresentadas acima.

    Com a maior incidência de pragas, também aparece a preocupação com o aumento do uso de defensivos agrícolas. Portanto, fique ligado na lista atualizada de defensivos registrados e permitidos por culturas!

Você pode acessar a lista clicando aqui:

 

COP28: o que é e porque ela é importante?

    Do dia 30 de novembro ao dia 12 de dezembro os líderes mundiais estarão reunidos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para discutir o combate às mudanças climáticas, no evento promovido pela ONU, a COP28.

    Vale ressaltar que a COP significa "Conferência das Partes", onde as "partes" são os países que assinaram o acordo climático da ONU em 1992, e o "28" se refere ao fato de essa ser a 28ª edição do encontro

    Este é um dos encontros mais importantes para a definição do futuro climático na Terra, já que os maiores líderes mundiais estarão debatendo e procurando estratégias para limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC e impedir que o aquecimento global cause impactos ainda mais prejudiciais. Vale lembrar que o aumento da temperatura já está calculado em 1,2ºC pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) mas pode aumentar até 2,5ºC caso a emissão de  gases do efeito estufa continue no ritmo atual.

    Para atingir esse objetivo, serão discutidos alguns tópicos como a transição para fontes de energia limpa para reduzir a emissão dos gases do efeito estufa, distribuição de dinheiro para ajudar os países mais pobres a colocarem em prática as ações climáticas, alimentação, natureza, saúde e finanças.

    Encontros como este e as suas respectivas decisões irão definir se continuaremos caminhando por uma estrada cada vez mais marcada por efeitos climáticos extremos ou se conseguiremos limitar um pouco as consequências do aquecimento global, evitando a ocorrência dos efeitos mais prejudiciais.

COP28 | United Nations iLibrary

    Vale lembrar que o Brasil é um dos países que estará presente nesse encontro, levando um pouco da realidade dos países emergentes e os impactos climáticos que estamos sentido. E, apesar das divergências entre os líderes mundiais, esse é um momento que pede diálogo, proposições, ideias e mudanças, não apenas dos governantes, mas de todos, incluindo os profissionais que atuam na cadeia de alimentos. A busca por uma produção e comércio mais sustentável não é apenas mais um diferencial de mercado, mas uma necessidade urgente para a manutenção da nossa vida no planeta.

 


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